quinta-feira, 3 de julho de 2014

Porque empresas engessam seus vendedores que engessam suas vendas? – Bola de Gesso!



Segundo o Sebrae-NA, no Brasil existem 6,3 milhões de empresas. Desse total, 99% são micro e pequenas empresas (MPEs). E sabe quantos destas empresas possuem personalidade própria? Pouquíssimas, quase zero.

Enrico Cardoso assevera :” E isso acontece por sofrerem diretamente influência de empresas “parecidas” fora do país. Pelo que podemos ver no cenário das empresas que habitam solo brasileiro, falta cultura às empresas.



E não falo de novos mercados, mas sim de personalidade. Empresas que tenham a coragem de fazer coisas fora do comum, tratar seus colaboradores e propiciar um ambiente fora do comum, distante dos padrões “à la estadunidense” e assumir uma identidade própria que ofereçam a seus funcionários a chance de serem extraordinariamente fora do comum.

Conheço empresas que não se pode usar a internet, mata a produtividade. Que é proibido o uso de celular, mata a produtividade. Que não pode bater aquele papinho com o colega da mesa do lado porque mata a produtividade. Empreendedores enxergam o mundo real que também acontece dentro de suas empresas como um “mal nocivo” e que deve a todo custo ser afastado. Com toda certeza todas as distrações irão matar a produtividade porque qualquer coisa que se desprenda mesmo que por quinze minutos é negado a seus colaboradores, a empresa se torna um fardo e levantar todos os dias da cama, enfrentar um trânsito caótico para chegar a grande prisão “do não pode” a produtividade fica em casa descansando no travesseiro.

E substancialmente as empresas acabam desta forma por negligenciar a espontaneidade e consequentemente morrem a criatividade e vontade nesta privação de liberdade. Se estivermos falando então de uma agência de publicidade, ela com certeza não é o habitat natural dos profissionais que necessitam de espaço para colocar em pratica todo seu talento criativo além dos certificados que o fizeram merecer a vaga. Certificado e diplomas são apenas documentos que atestam que aquele camarada tem os crivos técnicos e conhecimentos necessários para o exercício da função, mas muitos dependem tanto mais da criatividade e um clima agradável para conseguirem transpor na prática todo seu potencial.

Como não tenho muita experiência em agências comunicativas, vamos ancorar na praia em que tenho colhões para falar: Vendas! – porque as empresas engessam tanto seus vendedores? Vejo equipes inteiras de excelentes profissionais cochichando nos cantos temendo falar normalmente porque lhes é proibido em horário comercial. Onde já se viu? Vendedores com medo de dialogar? Isso pode parecer exagero mas já treinei equipes onde eu tinha que dar garantias que eles poderiam conversar livremente e falar o que pensam. Os mais ousados estavam tão saturados do clima da empresa que já não conseguiam mais lembrar de como se sentiram ao conquistar uma cadeira na equipe, ou seja, já não recordaram mais da sensação de estar com um novo desafio , nem da alegria de terem recebido a oportunidade de recolocação no mercado de trabalho, estavam tão chateados com as cobranças que as recompensas como prêmios de alcance de metas e demais benefícios só eram bastantes financeiramente a ponto de engolirem a empresa por mais um tempo.


Entendendo tal situação, lembro-me daquela musiquinha brega dos anos 90 do Titãs:” a gente não quer só comida, quer diversão e arte...” Motivação não é somente o alto salário, a comissão com bom percentual e benefícios, mas o tratamento de seus colaboradores. Se você tem filhos, normalmente está habituado com as exceções que a escola faz ás sextas-feiras por exemplo: “podem levar IPADS, brinquedos, tabletes ou bola” – sexta é o dia do diferente e não somente do estudo. As empresas precisam na verdade se abrir a essa realidade, o profissional passa mais tempo com os colegas de trabalho e com toda a pressão de atingir as metas que é normal as pilhas descarregarem antes do primeiro ano de empresa (e na maioria das empresas, o baixo rendimento jamais se justifica a economia, a sazonalidade, ou momento em que o mercado enfrenta, sempre está relacionado com a capacitação profissional, o que é um erro grave). Muito disso está ligado ao clima, a liberdade e a falta de confiança de abrir esse leque de descontração nas empresas. O happy-hour por si não basta! E cá entre nós – eita coisa copiada dos anos 2000! Hora de atualizar, e deixar os vendedores falarem com a esposa no facebook de vez em quando, de ler uma notícia não relacionada ao trabalho para arejar a cabeça, de bater um papo com o colega do lado e criar a proximidade que toda equipe DEVE ter! Do contrário você tem um grupo de profissional e não uma equipe profissional, enxerga a diferença?

Trabalhei em uma empresa por uns dois anos a qual não direi o nome, mas havia uma sala de “descompressão” onde tinha um videogame e dois sofás enormes. Quando findava o expediente onde você acha que estavam todos os vendedores? Não estavam nos bares ao redor da empresa, e nem no transito na hora do rush, mas nesta sala animados e felizes enfrentando seu adversário no jogo do futebol: o colega de trabalho, agora praticamente faz parte da família, pois já tem outro jogo marcado na próxima sexta-feira para dar a revanche no PES 2103.
Além disso eles poderiam levar aquela coleção de carrinhos miniatura e colocar em sua mesa, ou na prateleira atrás dela, criar um espaço seu na empresa! Se você tem na equipe mulheres, o jogo e diferente...peça para ela escolher dois metros de um papel de parede (que seja da Hello Kitty por exemplo) e coloque na parede atrás da mesa dela, dê porta-retratos para que ela possa colocar as fotos do neném ou então dê a liberdade para que ela possa assim fazer. Levar o gato para dormir em seus pés, e terem a confiança do chefe de um dia ou outro, chegar um pouco mais tarde no local de trabalho!
Já pensou se no dia de aniversário, o “ponto ser facultativo?” e ainda levar pra casa no dia anterior um cartão junto a um chinelo de dedos do chefe dizendo:” obrigado por fazer parte de nossa equipe, troque no dia de seu aniversário os sapatos por este chinelo e aproveite seu dia” Tudo isso é além da motivação, é uma terapia!

Começando a perder o medo e adotar novas práticas e identidade própria, você estará
vendendo sua empresa a um cliente importantíssimo: seu vendedor! 



Se você vender um bom ambiente de trabalho para ele, ele será capaz de vender o portfólio de produtos e serviços com muito mais autoridade, pois você estará transmitindo a eles confiança e com confiança eles transmitiram a mensagem de sua empresa aos seus clientes. E vendedor satisfeito, é cliente fidelizado!




Não esqueça, as pessoas são diferentes não as trate de forma igual mas crie uma atmosfera onde cada um pode ser quem realmente é. Além de você conhecer os profissionais de forma mais próxima, elas se sentiram realmente importantes para sua empresa onde cada indivíduo é um organismo de extrema importância para que seu negócio alcance sucesso. Não estou falando de anarquia ou “bacanal” mas sim de autenticidade e autonomia não somente quanto ao desempenho das funções. Você estará “regando as flores de seu jardim” e os clientes virão até ele com mais facilidade.
Se você engessar nos padrões que já estão falidos, estará na verdade, engessando as vendas, matando aos poucos a energia de seus vendedores de forma irrecuperável, e nem preciso falar do desempenho das metas para onde vão, não é? Seja a empresa dos sonhos. Isso também exige planejamento e trabalho, e o melhor, não importa o tamanho de sua empresa, o importante é que ela seja feliz.



Referências que auxiliaram na composição deste texto :

Enrico Cardoso –Madia Marketing School – Provocações para mudar o mundo…

*trecho do texto : http://thinkoutsidebr.wordpress.com/contato/

 


*Dados do Sebrae Censo 2104 MPE